segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dança: Vibração da Alma

A dança é a vibração da alma que a arte impulsiona sobremaneira.
O corpo é repositório de nossas experiências mantidas nos séculos de nossas existências.
Em cada uma delas, nos despojamos deixando ao solo o acúmulo e o desgaste de nossas energias somáticas. No entanto, levamos conosco em maior profundidade a cada vez, o resultado e o acúmulo das energias, sentimentos e emoções em nosso perispírito: Nosso corpo luminoso, energético e mais sutil. É ele a ligação do ser que somos com o ser que estamos.
A arte, sutilizada e espiritualizada, que eleva-se às esferas em busca da beleza e da divindade, emana e detém as energias através deste veículo: o corpo perispiritual.
A dança, presente nas demais artes e mãe destas todas, é importante veículo de manipulação fluídica e espiritual, deixada ao largo porque ao se definir no ser, em seus contornos e desenhos primários, reflete em maior amplitude o grau evolutivo deste mesmo ser.
A humanidade, embora haja evoluído muito em referência ao seu ponto de partida, muito distante ainda se encontra do seu ponto de chegada.
É-nos mais fácil responder ao que conhecemos. E mais perto ainda nos encontramos das tribos arcaicas que da angelitude.
Nosso corpo fluídico guarda em si os sons dos tambores que buscavam as chuvas, dos chocalhos que cantavam para os ventos e dos batedores que buscavam o deus da força, o deus da natureza.
Gravados neste veículo menos grosseiro, estão os cânticos ritualizados e unicórdios das sociedades primitivas e a eles respondemos como às lembranças carinhosas de nossa infância.
Quando o homem houver desligado-se das imagens e sensações terrenas, através do intercâmbio e das visões do mundo espiritual, das esferas onde a alegria, a harmonia e a paz reinam, refletirá em seu corpo espiritual e este imprimirá no soma as energias divinas e harmônicas do universo.
A dança será então, como já o é em esferas sutilizadas, um cântico de louvação fisicalizada em luzes e formas, emitindo irradiação salutares e terapêuticas, unindo almas em sintonia com os benfeitores e elevando o ser ainda mais a planos de sutilíssimas harmonias.
A arte que plasma no homem a harmonia divina, ainda não foi por ele descoberta em sua real utilidade.
Ainda há pouco iniciou-se a busca da espiritualização da arte. Esta é sim, reflexo do homem hodierno, que ainda busca, qual náufrago em desespero, o prumo e o centro de suas aspirações. Suas inquietações ainda o perturbam e desarranjam sem que lhes traga a felicidade.
Arte e homem caminham juntos por serem tão somente uma única e mesma coisa.
A arte é o elemento divino do homem, sua emoção, sua aspiração, seu ideal, deveria ser-lhe alavanca a Deus. E o será quando ele, o homem, melhorando-se, melhorá-la, elevando-se, elevá-la e divinizando-se, divinizá-la.

Ariel/Denize de Lucena

24 janeiro de 2003.

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